O procurador-geral do Equador, Galo Chiriboga, afirmou, nesta quinta-feira, que as autoridades do país e a empreiteira Odebrecht avançam na definição de um acordo para apurar supostos pagamentos de propina de US$ 33,5 milhões pela construtora a funcionários públicos.
— Estamos avançando neste acordo, que esperamos que possamos fechar em breve para ter acesso, desta maneira, às informações que eles (Odebrecht) têm — manifestou o funcionário ao canal Ecuavisa.
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Chiriboga acrescentou que, desde 22 de janeiro, participou de várias reuniões com representantes da empresa brasileira. De acordo com o procurador-geral, as autoridades equatorianas impuseram exigências para que o acordo seja fechado.
— As condições estabelecem que têm que nos dar os nomes, as contas, os contratos, a rastreabilidade deste dinheiro para nós perseguirmos estas infrações — indicou.
O procurador também propôs que, caso a entrega de subornos no país seja confirmada, eles "têm que ser devolvidos ao Estado equatoriano".
Escândalo
O Ministério Público do Equador investiga a revelação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos de que a Odebrecht pagou, entre 2007 e 2016, US$ 33,5 milhões a funcionários equatorianos, e encontrou problemas com a aprovação de projetos em 2007 e 2008.
O presidente Rafael Correa expulsou a gigante brasileira em 2008 por irregularidades na construção de uma hidroelétrica. Após um acordo, a Odebrecht retornou em 2010 à nação andina. Chiriboga afirmou que mais de 30 contratos estão sendo analisados.
A Justiça equatoriana bloqueou pagamentos no valor de US$ 40 milhões que seriam pagos à Odebrecht para garantir uma possível indenização ao Estado, e proibiu temporariamente o país de assinar mais contratos com a empresa brasileira, cujos escritórios no país foram vasculhados.
As autoridades ainda não envolveram ninguém no suposto caso de corrupção da Odebrecht, que explodiu em meio à eleição presidencial para designar o sucessor do socialista Correa, no poder desde 2007.
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